quarta-feira, 2 de junho de 2021

Terminei de ler Utena: Uma Aventura Mágica.


 Eu ando sumida porque querendo ou não tenho minhas obrigações com o serviço doméstico XD e tem muitas coisas ocorrendo na minha vida - além de ter pouco tempo para usar o pc e estar lendo muito.
 Não é bem uma analise, porque não consigo explicar direito o que ocorreu no mangá, assim como o filme é muito confuso, porém consegui tirar de lá uma interpretação.
 Muitos fãs veem o filme de Utena como um universo alternativo ou uma pseudo-continuação, sobre isso não tirei conclusão nenhuma, a obra "Utena" e Utena: Uma Aventura Mágica", continuam tendo muitas diferenças. 

(...)


 Tanto o primeiro quanto o segundo conta a história de Utena, cujo na infância perdeu os pais e um príncipe a consolou, dando-lhe tamanha boa impressão que a própria decidiu agir e se vestir como tal, e acaba no decorrer da vida entrando pra uma escola à fim de encontrar esse príncipe. No anime e no mangá ela não sabe quem é esse príncipe, no filme fica vago até certa parte, mas no "Utena: Uma aventura Mágica", fica claro que Touga, o presidente do conselho estudantil, seria o príncipe.
 Embora eles tenham sim uma aventura carnal, fazendo cair por vez a ideia de que Utena é lésbica; ele está morto, e que ela por conta do trauma não pôde perceber que seu príncipe na verdade morreu na tentativa de salva-la de um afogamento ainda na infância. 
 Esse mundo em que eles estão é na realidade uma mentira criada a partir da imaginação de Himemiya; Que depois que perdeu seu amor, está agora à procura de alguém para preencher a lacuna que ficou. Essa necessidade de ser preenchida tanto emocional quando fisicamente... Aqui Himemiya está muito mais sexual, flerta mais, de forma que se mostra um pouco impulsiva e(ou) compulsiva. Faz-me ver dentro dela exemplos de comportamento de alguém com bordeline, e o mangá tenta um pouco passar pano para seu comportamento que na vida real seria tido como autodestrutivo, colocando acima disso o poder que o amor teve para fazê-la no final abrir os olhos e sair dessa autoprogramação que no fundo a sabotava. Assinalo aqui, que não estou diminuindo quem tem borderline, muito menos chamando de psicopata, porém é bom ter em mente que isso não deveria ser algo estimulado e sim usado como exemplo para a pessoa se tratar e correr atrás. Aqui ela precisou do exemplo da Utena de renuncia para conseguir sair do mundo que ela própria criou.
 No post sobre o mangá, eu falo que ouvi dizer que na obra todos do conselho estudantil tinha sofrido alguma forma de abuso e nada encontrei sobre. Porém, isso se mostra verdadeiro no mangá, com Touga falando que seu pai adotivo gostava que seu cabelo crescesse e ficasse longo para agradar o tio, e que assim como o tio, o pai adotivo o usava de brinquedo. 
 Personagens que aparecem no anime e não aparecem no mangá deram de certa forma as caras em "Utena: Uma Aventura Mágica", como o irmão de Touga e de Miki, e também a mulher com a qual Juri tem afeto. Todavia, é bem pouco detalhado e nada acrescenta a narrativa, há poucas batalhas se comparado ao anime e ao filme também. Continua forte também a questão de incesto, mas aparentemente Himemiya não era usada pelo falecido irmão, e se não era consentido, ela renunciou a moral a favor dos sentimentos de afeição que tinha pelo irmão de forma a mostrar sua doença mental, sua fragilidade emocional; Aparentemente confundiu-lhe o conceito de amor. 
 Consegui tirar mais proveito e conteúdo do mangá que originou o filme do que o filme em si; a quantidade de simbolismo deixa tudo muito mais vago no filme, mas ainda assim vale muito pela trilha sonora e pela harmonia visual - Tem uma cena lá do castelo sendo destruído aos poucos que é muito bonita, e infelizmente não temos isso no mangá.

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