sexta-feira, 4 de junho de 2021

Desvinculando "A Princesa e o Cavaleiro" do feminismo.

Lembrando que não me considerado feminista, mas como muitos já me denominei feminista na adolescência.

 Não assisti o anime, estou com dificuldade de achar o anime em boa qualidade, estou pensando seriamente em adquirir o box. Minhas considerações são, portanto, baseadas no mangá. O mangá de Osamu Tezuka foi um dos pioneiros do gênero Shoujo.


 Coloca como pano de fundo uma personagem forte de nome Safiri; princesa da terra de prata, que foi criada como menino para conseguir suceder o trono, pois lá há uma lei onde apenas homens podem reinar. Seus pais o fizeram para protegê-la das conspirações de Duque Duraluminio, que conspira junto a Lord Nylon, para que o seu filho Plástico usurpe seu poder. 
 Nesse contexto, temos Ching, um anjinho que precisou ir até os humanos resolver uma de suas travessuras. Antes de Safiri nascer deu-a um coração a mais por engano! Não deu, por sua vez, só o coração de rosa de menina como também o azul de menino. Acredito que isso seria uma alusão a essência dos sexos, não só as cores escolhidas assumiriam considerações controversas nos dias de hoje. Em algum momento da história esse coração azul é tirado de Safiri e a afeta na esgrima, assim como em algum momento quando perde o coração cor de rosa começa a agir com mais coragem e de forma mais instintiva.
 Tendo em conta que as feministas acreditam que se torna mulher pelo desenvolvimento na sociedade, aqui fica explicito que ela nasceu e tinha mais vocação como sendo mulher, e foi ele que prevaleceu no final da história. Inclusive Safiri nega se casar com uma princesa - irmã de Woolong -, por conta de ambas serem mulheres.
 O padre ainda fala: Se duas mulheres se casar será uma maldição! 
 Tem também a bruxa do inferno, que quer roubar seu coração de menina para deixar sua filha mais feminina. Não se nega a evidencia de que isso seria rechaçado pelos ativistas atuais. 
 Há também uma cena deveras engraçada, apesar de infeliz, mostrando as mulheres escondendo Safiri dos guardas, e para isso fazem greve do serviço doméstico. Quando finda a greve, seus maridos, sendo eles muitos do exercito, lhes dão roupa suja acumulada e as crianças para cuidar.   
 Não vou me adentrar muito, porque a história é cheia de aventura e reviravoltas. Umas horas aparenta um conto de fadas; tanto que Safiri conversa com os bichinhos igual "a branca de neve". Já, outras, parece flertar com o satanismo; como quando o príncipe Franz se vê forçado a casar com a filha do demônio e portanto amaldiçoar Jesus. 
 Não sei se é errado presumir que Osamu Tezuka tinha interesse pelo cristianismo - já que tem um anime dele sobre histórias bíblicas -, ou se foi adaptação do nosso português, digo dada as vezes em que Ching reza para o "papai do céu", e usa uma cruz para afastar coisas ruins. 
 Osamu Tezuka continua tendo seu toque especial aqui, embora eu sinta que só faltou trabalhar um pouco mais os momentos dramáticos em sí.
 Não deixe que o roteiro anacrônico para os dias atuais te afastem da obra, continua sendo bastante divertida. 
 
 

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