quarta-feira, 2 de junho de 2021

Pequena Análise de um jogo Dropado: Pool of Radiance


 Pool of Radiance acredito ser um dos primeiros jogos lançados da série Golden Box; foi lançado em 1988 para diversos sistemas operacionais da época, tais como o MSDOS, Amiga, Comodore 64 e outros, inclusive o console caseiro NES. A série é nomeada assim porque vinham todas numa caixa dourada estilosa. Esse jogo em questão é considerado a primeira adaptação bem sucedida de D&D, e devido a seu sucesso, além das outras aventuras criadas com a mesma engine, chegou a receber três continuações; Curse of Azure Bonds, Secret of Silver Blades e Pool of Darkness.
 O jogo, que é tático se passa no mundo de Forgotten Realms, e começamos na cidade de Phlan, que destroçada e quase chegando a ruína, necessita de nós para limparmos cada bloco da cidade dos monstros e ladrões que agora a habitam. Juntamente com a vontade heroica de nossos guerreiros, o que também os estimula é a ambição de encontrar o Pool of Radiance. uma espécie de objeto mistico que dá poderes misteriosos para quem o possui. 

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 Estou a jogar o remake criado no Unlimited Adventures - também da série Golden Box, cujo o potencial vinha na ferramenta de criação de módulos, permitindo liberdade criativa aos fãs que muito gostariam de se aventurar na criação de suas próprias campanhas. Embora eu tenha jogado essa versão (dei uma breve passada pela original, e inclusive até a de NES eu passei) e acho que por isso posso fazer certas observações, e dar minhas considerações técnicas também relacionadas ao desenvolvimento. Eu ainda não terminei-o, mas acredito já estar na metade. 


 - História: No jogo original, muito da história não nos é completamente contado - há muitas informações que só encontramos no manual, e inclusive durante o jogo, ele nos avisa para ler tal parágrafo do mesmo, isso foi uma forma inteligente de driblar as limitações da época, e também uma forma de economizar espaço no jogo, que vinha num pequeno disquete. Embora haja história, apesar de viva e evocativa, acho-a bem rasa; No entanto, o jogo abre espaço para suas escolhas pessoais, que aliás, fazem impacto no mesmo; da pra entrar na porrada com todos os npcs que encontramos, e conversar com certos inimigos, e inclusive fazer side-quests - que embora as vezes eu ache que faz parte da missão principal, não é sempre. A interação não é um Baldur's Gate da vida, mas é boa no que propõe. As vezes também tenho a falsa sensação de lineariedade. 


 - Combate: Durante a exploração temos a câmera em primeira pessoa tipica de um dungeon crawler, e durante o combate passamos a ter uma visão isométrica. Pareceu-me que este era o verdadeiro foco do jogo: O encontros com criaturas fantásticas e a batalha com as mesmas - apesar de rustico para os padrões atuais, ele ainda é bem divertido para quem se interessa por esse tipo de jogo; eu não sou muito fã, e por isso achei bem monótono, morno. A versão original parece um musou de tanto inimigo que aparece na tela; era deprimente quando eu entrava numa taverna e aparecia um monte de ladrão querendo me matar, todos nível 5 e eu ainda no 1, era hit kill, muito desbalanceado, só hackeando mesmo. A inteligencia artificial dos inimigos creio ser mediana: as vezes burra, as vezes inteligente. Na versão do Unlimited Adventures só penei mesmo uma vez; é dentro de um castelo na cidade, que está cheia de gigantes, e alguns generais humanos que também usam magia. Magia aqui é muito overpower; se usares a mágia de sono - que tem alcance de area de 3 bloquinhos um em cima do outro - podes instantaneamente matar o inimigo com um ataque; acredito ser o mesmo também com paralisação e hold. Os scorpiões gigantes também me enxeram o saco com o poison, que caso não lhe faça adoecer, pode também matar seu personagem instantaneamente; Muitas vezes podemos usar bandagens nos nossos companions caídos para que eles não morram no final da batalha, porém até o momento com o poison não tem como, pegou se lascou. Há alguns templos que conseguem ressuscitar seus personagens por uma quantia absurda, mas nem sempre isso é possível, já que no jogo também tem a maldita morte permanente que muitos fãs masoquistas do Dark Souls e alguns roguelikes curtem. Por isso é bom ter sempre alguns magos na equipe. 


 Aqui podemos criar todos nossos personagens, ou optar por contratar alguns no centro de treinamento; da pra mudar a cabeça, o corpo, a cor e a arma que ele utiliza - no Unlimited Adventures não tem toda essa possibilidade de personalização, há lá alguns sprites prontos pra escolher. Também da pra escolher no portrait a cabeça e o corpo. Aqui é só algumas raças que podem ser multi-classe, eu que coloquei todos como humanos me fudi - eles não podem ser multi-classe. Para upar de nível só indo num lugar que treine - igual o esquema de Might and Magic. Na versão original parece que os magos só podem fazer até a magia de nível 3, e toda vez que param para acampar para curar a equipe - que pode ser interditada por algum inimigo - precisa-se memorizar todas as magias de novo consecutivamente. Há uma variedade boa de magias. 

 - Economia e gestão: Aqui a economia é um LIXO, é um desastroso; aqui o sistema de peso no inventário atrapalha porque até o dinheiro pesa. Aparece um monte de loot e dinheiro depois das batalhas, mas preciso deixar tudo para trás, senão atrapalha a movimentação da minha equipe durante a batalha; meu paladino que antes andava dez passos agora só pode andar dois passos - grande merda. Durante a exploração também podemos com a função search encontrar tesouros - que igualmente deixo pra trás. E precisa-se de dinheiro para upar os personagens! Ai fica-se na duvida: Preciso de dinheiro pra upar meu personagem, mas não posso carregar dinheiro demais senão ele fica pesado. Há diversidade de equipamentos, mas não acho lá grande coisa já que não posso olhar para eles, e nem muda nada no sprite do meu personagem. Nas cidades há uma boa porção de vendedores também, gaste muito com eles lá pra dar um fim nesse dinheiro do demônio - baita critica ao capitalismo dos desenvolvedores.

 - Gráficos e Soms: Os gráficos são mé, e o som original é do pc speaker; não há música, você deve criar sua própria playlist. A versão original também não é nada intuitiva; deve-se usar letras como comando como V para view, E de emcamp, e etc. Para mudar de opção no menu ou mudar de personagem na cidade deve-se apertar acho 1 e 9, ao invés das setas; esse foi outro motivo pelo qual optei a versão do Unlimited Adventures - nessa deixa habilitado o mouse e podemos usar a setas; há gráficos levemente melhorados, e uns efeitos de som mais legais. Não gostei da versão de NES devido a palheta de cores e dos portraits que mudaram demais a sua característica marcante\traços, porém, é boa para quem também quer algo intuitivo e mais fácil.  

- Sugestão: Para quem quer jogar a versão original, mas não suporta parar pra ficar lendo o pdf sugiro o mod Golden Box Companion - que ajuda não só nisso como também lhe passa um auto-mapa mais intuitivo, uma visão mais centrada do combate, e te da inclusive a capacidade de hackear os status dos seus personagens, o que deixa o jogo mais balanceado e convidativo. Para quem deseja apenas conhecer a história, pode pegar os remakes feitos em cima de Neverwinter Nights 1 e 2 (inclusive, esse segundo ficou muito show), que só não recomendo 100% porque a jogabilidade acaba mudando muito. A série ainda é vendida na GOG juntamente com outros da série Golden Box com o nome Forgotten Realms: The Archives - Collection Two. Outra coisa chata que esqueci de falar, é o sistema chato de runas como password, que pedia tal password toda vez que tu entrasse no jogo ou morria nele; mas a versão da GOG tirou isso. Eles tem quase todos os jogos da SSI no catálogo, tirando alguns mais antigos e Buck Rogers. 

 Nota Final até agora: 4 de 5 (Seria 3, dei um a mais devido as restrições que tinha na época). 

 Por que Dropei? : Perdi o Save junto com o HD do meu notebook que morreu, mas acredito que estava na metade do jogo. Conseguia sair da cidade, porém queria terminar de explorar a cidade antes de partir de vez e apanhava num distrito cheio de gigantes - inclusive achei essa parte bem criativa. 



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