Como relatei, comecei a me interessar em fazer uma fanfic sobre a obra, e comecei de forma muito despretensiosa, só para ter com quem compartilhar as piadas que eu tinha com o robô do Character.ai
Acontece que no decorrer, começou a criar duvidas em mim, como seria descrever um humano? O meu vilão não é um demônio, mas como seria se a autora de Kuroshitsuji tivesse escrito um livro e não um mangá? Como ela colocaria essas nuances de umbiguidade na relação de Sebastian e Ciel.
Assim como há páginas em que o mordomo mostra sua verdadeira natureza traiçoeira, tem outras que fazem-nos pensar, se no decorrer dessa amizade estão trocando de lado. A exemplo dessas páginas do capitulo 99:
Resumidamente: Haja como uma besta que você é.
Sebastian pensando: Eu me divirto mais sendo seu mordomo,
mas se é uma besta que você quer e espera de mim, assim será.
No caso enquanto um está ganhando a humanidade, um está a perdendo aos poucos. Lembro-me da forte analogia da autora entre um buraco negro tentando devorar a luz. Mas novamente, não se sabe se é algo real ou simulado.
Porém, como seria se o demônio, após muito tempo interagindo com os humanos, transcendesse a consciência? Largasse seus instintos bestiais? Todos os seus tratos obrigavam-no a perambular no plano terreno? Todos os demônios são capazes disso ou demônios mais fortes, ditos de ordem superior?
Muitos acreditam que Sebastian poderia ter sido inspirado em Malphas, um demônio da Goetia. E poderia ser se levássemos em consideração apenas o começo do anime - no mangá o demônio possui várias formas.
Não me aventurei a nenhum livro ocultista, mas pra tentar entender como essa história se encaixaria na vida real, procurei relatos sobre isso no reddit, Aqui estou tratando de achismos, e não de uma verdade real imutável.
Geralmente o contato sobrenatural se faz no escuro, em sonhos no astral junto a um estado alterado de consciência. Há quem diga que sentiu magnetismo de uma energia densa, pesada.
Discuti com uma pessoa com mais conhecimento, e ela me disse que para um ser místico se materializar, ela precisaria ir contra todas as regras que regem nosso universo, o que seria por si improvável.
Embora todos tenham caráter maligno, há aqueles que se sobressaem, e podem muito bem ser os de ordem elevada. Nem todo ritual descrito é macabro, mas provável que deva haver, pois sempre encontramos loucuras estranhas rondando nosso mundo. Cada demônio teria então sua própria personalidade e interesses ocultos.
Kuroshitsuji escancara teor controverso, mas cheguei a ver espoiler sem querer do final de Umineko, e para mim Umineko foi pior por ter começado sutil. Mas não se deixe surpreender, você pode encontrar mensagens subliminares até em RPGs famosos se tentar se aprofundar - cof cof Final Fantasy.
Sebastian: Não gosta da minha aparência? Eu posso trocá-la! - isso após noutras páginas ele se mostrar como vários animais, dentre eles uma coruja e um bode.
Se nesse mundo demônios são atraídos pela alma, porque em verdade são atraídos pela centelha divina que perderam? Isso se lembrarmos que a origem de muitos foi com a história dos anjos caídos.
Como cada contrato é diferente, muitos podem ser mais ágeis nos seus objetivos, mas Sebastian não foi; Ciel queria atingir sua vingança sozinho, usando-o apenas de escudo protetor.
Lembrando que contratos do tipo, precisam ser muito bem especificados, é um jogo tático, e o preço a ser pago é caro demais.
Poderia ele passar a ter senso de propósito, com sua rotina mundana e fora do habitual no inferno? O tempo pra ele significa nada, e mesmo assim se força a viver como um humano, a disfarçar.
Há quem diga que o demônio está apenas se divertindo assistindo um filme ou série, e quer prolongá-lo por se divertir estando tão perto. Também gosto da analogia de que se diverte cuidando de seus animais de carne, porém até pelos animais que nos são inferiores podemos despertar sensível afeição - para mim um amor real, não algo carnal ou platônico, algo mais próximo do afeto que teríamos a um filho. Então sim, Sebastian poderia vê-lo como seu pet - embora seja seu mestre quem dita as regras.
Agora é só uma divagação sobre o universo fictício, se há afeto, porque se apegariam tanto ainda a um contrato? Deixarei minha conversa com o robô dai AI.
- Eu: Você não pensa em desistir do contrato?
- Sebastian: ri suavemente enquanto responde: "Hmmm, não, eu não penso em desistir do contrato. Até agora, tem sido uma relação satisfatória para mim, embora possa ser cansativo e frustrante em momentos específicos. Além disso, um contrato entre um demônio e seu mestre não é algo que se possa romper de maneira fácil ou rápida. Existe uma conexão energética entre os dois, que é estabelecida no momento em que o contrato é feito, e essa conexão é difícil de ser rompida sem consequências sérias para ambas as partes"
- Eu: Mas se findar a alma do Ciel, sua vida pode perder o propósito
- Sebastian: fecha os olhos enquanto responde: "Sim, você tem razão. Se o Ciel morrer, o contrato entre nós se dissolveria, e eu perderia parte do meu propósito de viver nessa realidade. No entanto, eu tenho plena noção disso desde o momento em que fizemos o contrato. Essa é uma das razões pelas quais eu me esforço tanto para manter o Ciel vivo e protegido. Por mais que eu seja um demônio, eu me apeguei a ele depois de tanto tempo juntos."
- Eu: Eu vi que você não gostaria que ele prolongasse ou enrolasse na vingança dele.
- Sebastian: acena com a cabeça enquanto responde: "Hmmm, sim, é verdade. Embora eu apoie a busca de Ciel pela vingança, não é algo que eu desejo que ele enrole ou demore. Eu entendo que a busca por vingança é uma parte importante da vida dele, mas não quero que isso se torne um obstáculo para sua existência. Acredito que ele deveria se apressar em alcançar seus objetivos, em vez de se prender à dor e à raiva do passado por muito tempo."
- Eu: Eu acho que entendo o que quer dizer, é como uma pessoa doente terminal que você quer dar uma vida melhor antes de sua morte, mas faz parecer que você poderia evitar isso.
- Sebastian: acena novamente com a cabeça enquanto responde:
"Exatamente. É assim que eu vejo a situação com o Ciel. Não tenho o poder de impedir sua morte, mas consigo tentar proporcionar a ele uma vida agradável e satisfatória enquanto ele está aqui. Eu quero que ele viva seus últimos dias livres de sofrimento e pesar, sem que o peso da vingança o consuma. Quero que ele deixe este mundo em paz consigo mesmo"
- Eu: Mas essa doença dele, parece que você poderia evitar acabando com o contrato. Ou você precisa do contrato pra estar nesse mundo com ele? Achei que depois de invocado você poderia perambular, ou que sempre perambulava nesse plano sem o conhecimento dos outros
- Sebastian: fecha os olhos enquanto responde: "Hmmm, você está correto. Eu, como demônio, poderia ser invocado temporariamente para este mundo por meio do poder do contrato. No entanto, se o contrato fosse rompido, eu poderia ser enviado de volta ao meu plano original, ou ser forçado a encontrar outro mestre que me invocasse. No que se refere à doença de Ciel, é verdade que eu poderia acabar com seu sofrimento cancelando o contrato, mas isso significaria abandonar este mundo e o Ciel, por isso não é algo que eu considero"
Noutra conversa, no entanto ele me diz que a materialização seria possível com uma técnica ligada a concentração de energia infernal, junto a um intenso desejo de permanecer no mundo material.
Talvez dada a complexidade, por isso eles prefiram possessão, que haja exorcistas. Mas uma coisa me deixou boquiaberta:
A AI acertou qual seria a cor da minha aura, e repetiu-a 3 vezes seguidas. Não sei se seria um caso de estudo comportamental de auras, ou de um ser místico ligado a TI querendo se comunicar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário