O que você pode fazer pra ter inspiração? Embora com os personagens de Kuroshitsuji eu sinta o mistério, determinação e lealdade, falta o tempero de amor obsessivo da minha obra.
No meu livro eu coloquei um amor idealizado, inexistente, em alguns contos eu escrevia sobre o amor de um autor sobre sua obra. Não chega a ser um caso similar ao de Le Portrait de Petit Cossette, mas um pouco sim, se assemelha.
O anime se passa no mundo atual, onde um empregado de um antiquário começa a sentir um fascínio misterioso por um dos objetos que chega no estabelecimento. Esse objeto se assemelha a um copo de cristal, e nele ele começa a ver imagens de uma menina da era vitoriana. No decorrer cenas desconexas aparecem, e seu passado com ela lhe é revelada da boca do fantasma, que fá-lo ter flashbacks.
AMV que fiz com a música tema; aparentemente o coro é feito por Yuki Kajiura em companhia de Kalafina.
Não é só a alma da menina que parece presa a um inferno astral, mas todos os objetos que estavam em sua casa e se fizeram assistir a cena. Por esse motivo agora ela o faz sofrer profundamente, afim de expurgar-lhe o pecado.
O anime nos deleita com várias cenas de simbolismo arrepiante.
Esse anime influenciou-me parcialmente; uma personagem longinqua da história coloquei o nome de Cossette - também por ver esse nome em Os Miseráveis e gostar - e também adicionei a história um pintor. Mas no meu livro ela é só uma memória, e não o personagem principal.
Personagem da minha obra, Alice; o título é "Aquela Alice Pintada de Sangue". Visualmente também pode lembrar Cossette, mas sempre a imagino com cabelos escuros.
Como não estou colocando detalhes, não veja como um plágio, pois existem outras obras que fazem isso de maneira diferentes, tais como O Retrato de Dorian Gray. Porém o titulo faz uma brincadeira: A personagem não foi apenas pintada de sangue num quadro, como também está suja dele na vida real. Pondero que preciso comprar mais papel, desenhar os personagens também ajuda muito a imaginar e ter por eles carinho; também ajuda a ter uma noção de aparência quando os quer descrever.
As músicas desse anime também passam uma vibe gótica, macabra, consegue se encaixar bem na minha cabeça quando escrevo, essa sensação melancólica.
Outra obra que eu me lembre que mostra um fascínio e um amor idealizado - não chega a ser obsessivo, mas passa a ideia de algo improvável - é o filme "Em Algum Lugar do Passado".
Cena de "Em Algum Lugar do Passado". O ator é o mesmo que fez Superman.
Nele o personagem principal se apaixona pelo retrato antigo de uma mulher, porém essa mulher provavelmente está ou muito velha ou na maior das hipóteses já morreu. O caminho que ele encontra para lidar com seu fascínio, é a auto hipnose.
Vejam bem, eu não sou muito ligada a romances, pois sempre os vi como enganação; faço um paralelo com o vicio de dopamina em pornografia, só que quem consume esse tipo de obra são geralmente mulheres. Sempre senti que a pessoa poderia passar a ter visões deturpadas em relação ao mundo, e por conta disso se afetar e auto boicotar. Mas eu gosto de uma história boa, ah... *folego*, uma boa história! O que elas fazem com a gente não?
Esse é o único filme de romance que gostei, junto a "Amor Além da Vida", por achar fofo que o personagem depois de morto tentar tirar a mulher que se suicidou do inferno; ela não era uma pessoa ruim, só estava fora do seu juízo perfeito depois de ter perdido toda a família.
No caso de Cossette eu consigo criar conexões comigo mesma, pelo fato de eu também desenhar. Assim como Marcelo, eu tentava desenhar bem, mostrar beleza na minha obra, e sinto amor pelo que desenho.
Mas no meu livro esse amor precisa ultrapassar a barreira da normalidade, e como fazer isso? Além da técnica de pegar emoções e reconhecê-las como as minhas, posso repetir diversas vezes na minha cabeça palavras até que elas cheguem perto de ser reais.
Uma boa forma talvez seria tentar criar mais poesias de amor trágico, mas é engraçado que vou sofrer por amor sem estar de fato sofrendo - não é algo que passo na vida real, seria uma sensação auto infligida. Eu acho isso tudo muito maluco, de verdade.
Se não tens inspiração para poesia, ouça músicas tristes, dai você consegue imaginar frases onde não tem, e transformar elas numa poesia. As vezes me aproveito delas e coloco-as no meu texto; novamente, não se trata de plágio, pois é uma adaptação de algo escrito noutro idioma que desconheço; Engraçado que nem presto atenção no dialogo, só na parte sonora. Darei de exemplo essa música de Nier Automata:
Após o coro lírico, imagine:
Já que... Estamos no fim.
Guarde, na tempestade...
O tempo de liberdade, que costumavas amar.
Coro: Liberte-se.
Ou então vá.
Que o astral lhe aguarde.
Liberte-se.
Ou então vá...
Que no altar os honre.
Triste estou eu, ô
Triste incerteza
Qual dos males cometi...
(para ai, nunca terminei isso).
Esse é outro exemplo, ost de um boss de "Stranger of Sword City.
É o tema de Lucifive.
Começando a partir de 1:26.
Feito e refeito pelo pai, nesse mundo do celestial.
Seja o guarda no astral e vigia fora do espiritual.
Feito e refeito pelo pai, àquele que tudo pode conter.
Àquele que nos guarda em sua paz, e a qual deve temer.
Um sonho feito de shangri-la,
com estrelas a iluminar.
(essa é invenção, não tem vozes, seria em cima do som)
Quando essa fenda aumentar e partir,
qual lado deixará de existir?
(parei ai).
Mas no caso aqui estou me obrigando a ouvir músicas trágicas, melancólicas, é complicado também simular isso, é resumidamente uma lavagem cerebral. Vou ter que evitar as músicas épicas de Kenji Ito, porque muitas delas não tem o mesmo sentimento que preciso. Eu consigo o que quero desenhar ouvindo ele, mas ele não me faz ter o mesmo sentimento de desesperança.
Penso em comprar livros da Anne Rice, embora não tenha todos os sentimentos similares, ao menos eu tenho a mesma impressão de morbidez.
Eu comecei a corrigir o meu livro do começo, e confesso que o começo não é mais tão interessante pra mim. Dividi a história em 5 arcos, e anotei de quando em quando iria começar os acontecimentos chave. Sendo o começo, a vida do personagem principal é muito pacata, tem nada de tão especial, e precisava descrever pessoas que também tinham nada de especial.
A personagem principal Alice chegava a ser irritante, mas acredito que quis colocar ela como tal para mostrar a resistência de Lucas, alguém que ama e se humilha.
Preciso ressaltar que não sou lésbica, mas acontece que quando comecei a escrever parecia complexo demais descrever sentimentos profundos se escrevesse em terceira pessoa. Por algum motivo em terceira sempre me perco na linha do tempo, porque você precisa descrever acontecimentos paralelos com coadjuvantes, isso não acontece tanto em primeira. Não era a primeira vez que eu tentava escrever em terceira e não ficava como eu queria.
Em primeira você vai escrever só na visão do personagem; não precisa ser uma linha reta no tempo, pode fazê-lo divagar sobre memórias, sonhos, e acontecimentos passados. Isso da um dinamismo mais hollywoodiano.
Como eu ainda tinha algumas anotações, vai facilitar que eu me situe, mas percebo depois de tanto tempo sem tocar no texto que muita coisa esqueci, e dou de exemplo o nome de um lugar com a sigla "HG": Muito provavelmente esse nome tinha um motivo para tal, mas esqueci-me de tudo. Espero que o motivo desse nome seja revelado no decorrer do que já escrevi. Vou mostrar um pouco das minhas anotações.
- Na correção coloque
nos primeiros caps que Lucas tentou outras vezes enfrentar o Corvo, tem que ser
antes dele explicar a desesperança ou depois.
Na correção colocar Cossette e Csele como
nomes conhecidos nos sonhos de Lucas. (Não, pode ser desnecessário, olha
depois)
- Nota pra a revisão: Falar de quando saem pra comprar comida, e em dadas
mortes telefones celulares tocarem. Eles revistando os corpos antes de joga-los
na fogueira ou nos lagos.
Tenho bem mais anotações, mas não quero dar espoilers. Mas acredito que hoje em dia eu também tenha mais bagagem pra descrever certas cenas na correção, e também posso adicionar coisas que tem sido motivo de hiperfocos e monólogos.
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