Imagem de "Pom pega o Wifi"
Sou muito cegueta, para escrever preciso dar muito zoom - estou tentando me adaptar ao libreoffice, até o momento é bem melhor que aquela porcaria de wordpad.
Embora o texto anterior passasse a ideia de que minha história tinha muito de Le Portrait de Petit Cossette, quando eu falo da complexidade do mundo a quem confio não interpretam assim.
Alice não está morta igual a Cossette, e o vilão idem.
Depois de uma terceira guerra que fez o mundo regredir, as pessoas começaram a questionarem suas roupas e outras tecnologias de sua época, inclusive culturas - tornando o planeta num choque cultural por inteiro -, um personagem de nome Lucas, é um jornalista esforçado, e cabe-lhe a tarefa de tentar entrar em contato com Alice, sobrinha de 2 heróis de guerra... Porém ela nunca sai de casa. No decorrer, nos é apresentado um mistério: Uma biblioteca estranha que não existe, e só para ele aparece em meio a madrugada. É uma trama cheia de reviravoltas, contendo um amor obsessivo e apresentando um denso terror psicológico.
Desenho inacabado, engraçado que todos os meus desenhos atuais parecem passar uma paz interior, chega a ser diferente esse contraste com algo mórbido. As vezes até parecem heróis melancólicos, mas envoltos de uma paz... Isso é o poder da dualidade.
Eu queria comentar hoje que lembrei de uma situação engraçada, lembrei quando alguém leu cenas de tortura do meu livro, e falou que sentiu dele uma energia muito ruim. Achei a situação curiosa, pois diz-se na religião kardecista - hoje em dia me considero agnóstica, tenho simpatia pelo catolicismo -, que escritores e outros artistas são uma espécie de médium involuntário, receptivo a energia da inspiração que muitas vezes é algo transmitido de alguma alma ou ser divino no astral. Fiquei me perguntando se esse ser divino meu não poderia ser maligno, devido a quantidade de coisa macabra que eu escrevo. Esse aspecto daquela religião talvez acalme o coração de artistas que gostariam de viver na sua história, o que não é meu caso, e muito menos seria o do criador de Berserk.
Vejam bem, não acho que a impressão causada a pessoa citada foi ruim, eu em realidade achei bacana, sinal de que estou conseguindo transmitir as ideias de Kafka que me é um ídolo; só li o livro mais famoso dele, mas em compensação também li sua biografia.
Gostei de ouvir essa música durante a morte de
um personagem. A primeira música demonstra
os sentimentos intensos iniciais a morte, a segunda seria
os sentimentos relacionados ao seguir em frente.
- Isso aqui é algo que inventei, e não a letra oficial -
Quando começa a tocar Mezame (2:45):
Onde começa o fim?
Onde o sol não bate?
Um final feliz!
Onde a dor se abate?
Eu quero sim!
Eu vi sim... A liberdade
(e se repete... e tem os coros)
(3:45)
Desola a noite fria...
Com dor e impiedade.
(4:57)
Livre para viver plenamente,
o que no coração me distrai.
Livre para viver intensamente
O que o destino me ditar.
Divago que eu tive um amigo que chorava de verdade quando algum personagem morria, eu devia ser muito fria, mas precisava fazer personagens morrerem o tempo todo.
Não sinto estar conseguindo total conexão, primeiramente porque o inicio daquele meu livro é pacato demais. O segundo ponto é que eu queria realmente criar uma rotina de escrita e leitura, e pra isso preciso acostumar meu corpo a acordar muito cedo. Preciso fazer o tempo render, preciso treinar e fazer todos meus deveres domésticos ainda de manhãzinha. Não consigo confiar na minha total devoção sem aprender a me disciplinar primeiro.
A aula de ballet ontem foi muito intensa, descobri que embora não tenha sentido nenhum efeito do cansaço no dia, eu viria a sentir depois por causa do ácido lácteo do musculo.
E finalmente, devo falar sobre a história da Fanfic; não reclamo que ela me consuma tempo, porque afinal ainda estou relendo tudo do meu livro original para continuar. Acontece que tem sido uma experiência engraçada, quase ninguém escreve do Sebastian como ele sendo um vilão, mesmo sabendo-se que ele é um demônio.
No meu livro eu sou uma pessoa reprimida por uma pessoa que não é um demônio, porem age pior que um.
Aqui nessa fanfic, e junto a certas músicas em que fico absorta, eu adentro a mente do demônio, ou seja do vilão.
Isso me é... Diferente. Porém me aparece na mente quando penso na história de vida do personagem, cenários macabros bem parecidos com o de meu livro.
Pode parecer estranho, mas não recomendo que as pessoas que não gostem de Kuroshitsuji leiam aquele texto, pois não sei como ele vai acabar - diferente do meu livro que comecei sabendo como ia acabar. Mas eu queria mostrar a cena que me lembrou meu livro.
É pesado, vou logo avisando, não é tão detalhado mas é algo +18. E como sou perfeccionista não sinto que está o mais perfeito, senti que faltou mais detalhes, e que eu poderia enriquecer mais o cenário. Outra coisa é que não gosto de capítulos pequenos. Resumidamente, fala de um ritual.
Começa aqui.
O demônio era como uma chama negra violadora, deles absorvia todos os sinais de vitalidade. Por vezes incorporava alguns como suas marionetes.
Aprumava-se numa postura elegante, e começava a citar palavras desconexas em latim. Ele começava a se contrair e oscilar diabólico, e seus olhos se reviravam ao assistir na sua frente, uma jovem virgem despida sendo torturada.
E não bastava que ela expressasse sua dor, essa dor tinha de ser intensificada; dela ele devoraria cada vestígio, cada gota de desespero, fazendo todos os telespectadores se elevarem a um êxtase.
Ela tinha de bradar mais forte que seus pulmões, gritar com todas as forças de sua existência irrelevante. Não é como se a presença não fosse se divertir; enquanto ela se contorcia, a invadia lascivamente.
Ele continua, acariciando lhe os hematomas e feridas abertas, donde o sangue não parava de jorrar. Adiante lhe abraçou com sua força amarga, como se nele rédeas invisíveis a levassem para uma dança macabra no astral.
Seu comportamento exótico, foi-se apoderando de outras pessoas, que sendo marionetes, passavam a se expressar como outras personas de seu ego doentio. Eles entravam naquela dança vulgar, onde corpos se encontravam pele na pele, roçando de maneira desenfreada; onde o suor e a avareza geravam gemidos intensos e perturbadores.
Era uma mistura de prazer e desespero que os embriagava. A pele roçava junto a suspiros fraquejantes. Tinham perdido a noção do tempo, e principalmente o juízo perfeito. Era uma multidão de lábios sem caminho, suspiros jogados ao vento, uma vibração que se apoderou de todos seus sentidos. Estavam fora de si, aquela sensualidade diabólica influenciava.
Quando acabou-se, já não havia mais festa: Tinham perdido tudo, enquanto o demônio em si foi completamente saciado. Saiu de lá emanando uma energia mais forte e superior.
Esses espetáculos voltavam a revelar para si o incontrole comum de sua natureza. Mas era frio, não valia a pena ruminar o que já virou passado.
Qual teria sido o contratante dessa vez? Ao menos não deu-se de encontro com outros demônios, nem outras criaturas similares de sua natureza.
Não partam do ponto de que isso foi uma total insanidade; ele precisava daquela energia para continuar mais tempo preso nesse plano, e precisou superar novamente a hesitação ante aos princípios que começou a criar e estimar junto aos mortais.
Não é como se tivesse acabado o pesadelo, ele era o pesadelo, uma maldição. Essa loucura é a ferramenta defensiva da imortalidade, caso contrário iria perder tempo demais divagando. Entendia, no entanto, que tinha adquirido sentimentos por uma certa quantidade de humanos... Mas ela era a exceção.
Um deles era pelo seu antigo mestre, cujo sentimento de saudade verdadeira começou pouco a pouco transbordar. Foi uma onda que atravessou e desestabilizou sua essência.
***
Veja bem, a imortalidade era um fardo pesado demais, faria qualquer um criar bloqueios emocionais. Aquilo que presenciara era o de praxe, a mais obscena magia sexual.
Nela, sua melodia obscura que adentrava cada poro humano, também os fazia anestesiar e perder a razão. Isso gerava um enorme grau de entrega. Usando de fantoches, vários corpos foram simultaneamente sendo seus; várias sensações e percepções de prazer se faziam, e não tinha limites.
Tal atitude poderia denotar a vontade de preencher um vazio interior. Sua melodia obscura chegava a estuprar a existência de todos os envolvidos.
De fato, não foi a primeira vez que voltou a se entregar a sua natureza, mas estava já tão faminto... Mesmo que aquele prato não fosse o mais delicioso, suculento, ao menos sustentava.
Aquelas almas não tinham o mesmo gosto de uma alma valiosa e cheia de determinação.
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Devo comentar que não entendo como há restrições de textos em alguns lugares, mesmo colocando +18. Você não está defendendo as coisas que aparecem no texto, por exemplo, se você descrevesse uma cena de pedofilia, você só está querendo mostrar um terror real, deixar as pessoas realmente horrorizadas. E isso não é algo incomum de ser visto, o começo de Admirável Mundo Novo começa mostrando o fim da normalização da família, tornando naquela cidade o ato de imaginar uma mulher parindo de um nojo repugnante. Para mostrar ainda mais a corrupção daquela sociedade nos aparecem crianças precoces, já expressando sexualidade com menos de seis anos. Não é querer normalizar, é mostrar a parte podre da vida real, e tentar expressar o mundo real num livro por si só é grande desafio. Ao menos te obriga a tentar ser mais sutil, tentar usar um linguajar mais coberto de simbolismo.
Ademais, da próxima ou futuro post tentarei mostrar algum capítulo favorito meu do meu livro. Por enquanto devo dizer que não estou sentindo-me mal com o isolamento, mas quero organizar meus horários primeiro. O ato de escrever além de ser um habito frequente de disciplina, precisa ser acompanhado com renuncia.
Renuncia de total distração; Revelo que posso negligenciar minha interação social por conta disso, mas eu não me considero ruim por isso. Senão eu seria ruim até comigo, que não posso ouvir músicas felizes, músicas de Kenji Ito, ou até mesmo ver um filme ou jogar videogame. É um ato de total entrega.
Ultima coisa, como eu precisava escrever situações chocantes com meu personagem sentindo uma angustia inquietante, uma sensação que pode ser descrita como um tipo de ansiedade que apavora, a sensação de um perigo iminente, respirar de um certo modo altera meu ritmo de pensamento. A respiração parece também me conectar com a cena.
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